quarta-feira, 14 de setembro de 2011

oração de uma tentante



Samuel - seu nascimento

1 Samuel capítulo 1 - 2:10

A narrativa sobre a vida de Samuel começa com as circunstâncias envolvendo o seu nascimento, que ocorreu em aproximadamente 1.100 A.C., antes dos últimos cinco juizes, Jefté, Ibsã, Elom, Abdom e Sansão.

Ramataim-Zofim (As duas colinas dos Zofitas, ou dos sentinelas) é outro nome para Ramá. Zufe era levita (1 Crônicas 6:33-38), e a ele fora consignada uma propriedade dentro da herança da tribo de Efraim, em Ramá. Samuel ai nasceu, dali julgou Israel e ali foi sepultado (1 Samuel 2:11; 7:17,25:1).

Seu pai Elcana tinha duas mulheres, Ana e Penina. A bigamia era praticada naquele tempo, e era tolerada pela lei de Moisés (p.ex. Deuteronômio 21:15-17, 25:5-10). Era uma maneira prática de obter mais mão-de-obra na família e de assegurar a descendência; ter muitos filhos dava posição social. Mas, por outro lado, dava origem a vários problemas familiares, e dor e sofrimento como ocorreu com a família de Elcana: Penina lhe dava filhos mas Ana era estéril, e sofria grandes humilhações da outra por causa disso. A parcialidade com que Elcana a tratava, mostrando que a amava mais do que a outra, também despertava ciúmes em Penina.

Anualmente eles subiam da sua cidade até Silo para adorar e sacrificar ao SENHOR no tabernáculo, que estava armado ali. O sumo sacerdote era Eli, e seus filhos Hofni (Pugilista) e Finéias (Boca de Latão) oficiavam como sacerdotes. Estes dois eram "filhos de Belial", homens indignos, ordinários (capítulo 2:12).

Naqueles tempos a esterilidade na mulher era considerada um defeito sério, geralmente fazendo com que a mulher fosse desprezada e se sentisse inferiorizada diante das outras. Mas Elcana amava Ana e a punha acima de Penina e de seus filhos e filhas.

Mas Deus tinha um plano para ela, que ela não sabia. Elcana não compreendia a sua tristeza e achava que a evidência do seu amor por ela deveria lhe valer mais do que dez filhos. Mas ela finalmente resolveu fazer um voto ao SENHOR, entre as suas lágrimas, que se Ele lhe concedesse um filho do sexo masculino, ela o dedicaria ao SENHOR por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passaria navalha (para que todos soubessem do voto): como era de família levita, ele estaria habilitado a trabalhar no tabernáculo, e ela o daria para serviço levítico vitalício (normalmente era só por vinte anos - Números 4:3). Essa oração intensa e comovente de Ana é uma excelente descrição de uma oração fervorosa (cf. Filipenses 4:6-7; 1 Pedro 5:7).

O sumo sacerdote Eli, vendo a intensidade de sua oração silenciosa acompanhada de lágrimas, a princípio julgou que ela estivesse embriagada e a repreendeu por isso. Era uma conclusão e reação coerente com o declínio moral da época. Ele era um pai indulgente, ao que parece, e julgava os outros segundo o nível dos seus filhos. Talvez não fosse raro aparecer gente embriagada no recinto do tabernáculo.

Ana esclareceu a situação e Eli, percebendo o engano que havia cometido, deu-lhe uma bênção profética. Ana saiu, comeu e foi-se alegre, demonstrando que confiava que Deus havia ouvido e aceito a sua proposta.

O nome Samuel significa Ouvido por Deus. Ana era uma mulher temente a Deus, que clamava por Seu favor, e disposta a entregar o que seria para ela o que mais desejava em sua vida, ao SENHOR. Deus ouviu o seu clamor, deu-lhe o que pedia, e muito mais: a honra de ser a mãe de um grande vulto na história do povo de Israel, o maior dos juizes e um grande profeta, que ungiu dois reis escolhidos pelo SENHOR. E o nome e o feito de Ana ficaram gravados na Palavra de Deus sendo conhecidos através dos séculos até hoje. Que tributo e monumento à sua fidelidade!

Ana não hesitou em cumprir com o seu voto. Apenas esperou até que Samuel fosse desmamado antes de entregá-lo ao sumo sacerdote.

Quando o menino estava pronto, talvez depois de dois ou três anos, os pais o levaram para Eli, no tabernáculo, junto com ofertas e sacrifícios: um novilho de três anos (a idade de Samuel?), 22 litros de farinha e um odre de vinho.

Ana lembrou a Eli quem ela era, que o SENHOR havia atendido à sua petição, e agora ela devolvia ao SENHOR o seu filho para que O servisse todos os anos da sua vida. Era uma entrega completa e irrevogável: ela foi zelosa em pagar o seu voto, mesmo a um alto preço. E os dois pais adoraram ao SENHOR.

A oração feita em agradecimento a Deus por Ana ficou também registrada na Bíblia. Talvez tenha sido declamada perante a congregação de adoradores dentro do tabernáculo. O seu tema é a sua confiança na soberania de Deus. Ela foi usada como modelo por Maria, mãe de Jesus, na sua oração de louvor (Lucas 1:46-55).

Ana O louva pela Sua salvação (v.1), Sua santidade (v.2), Seu conhecimento (v.3), Seu poder (vv. 4-8) e Seu juízo (vv. 9-10). Ela declara que Deus freqüentemente reverte as situações humanas, humilhando os orgulhosos e exaltando os humildes (Provérbios 16:18; 18:12).

O SENHOR é chamado de "Rocha" no Velho Testamento (v.2), e o Senhor Jesus é essa "Rocha" (Romanos 9:33, 1 Coríntios 10:4, 1 Pedro 2:8).

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